sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O estilista e o gramático


“Cada um conta com a falência do outro ao lhe declarar amavelmente: não compreendo nada do que você diz. O gramático ao estilista: fora daqui, mente confusa e irracional. O estilista: tens sempre razão naquilo em que progrides e propões, concordo. Mas, e depois? Ardiloso, prudente, rigoroso, circunspeto, progrides meio milímetro em um século. Enquanto isso, desatento, corajoso, intuitivo, criei o sentido, sim, o sentido da vida, o mundo, o trágico, o próprio conhecimento, o amor, as relações com o vizinho e as andorinhas trazendo a primavera nas asas. Com o sacrifício da clareza, faço a língua viver. Tu esclareces sacrificando a vida. Se, na hora de correr, eu analisasse o movimento dos meus ossos, músculos e neurônios, minhas intenções e objetivos, razões e proporções, jamais sairia do lugar. O gramático diz: tu não sabes nada. Tu fazes nada, responde o estilista. Tanto um quanto o outro estão certos. O filósofo sabe, mas também faz, trabalhando nos dois canteiros em escala média”
Michel Serres - Filosofia Mestiça- Le Tiers-instruit Ed Nova Fronteira


Saudações da pARTE do Hélio Rôla
Fortaleza é nossa debilidade
Fazer o quê?
Tango-La_Cumparsita.mid

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