quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A crise da ciência




" É a era das instituições, o saber olha-se fazendo, em vez de fazer; se parasita, se hierarquiza, se burocratiza, complexo, enorme, perdulário. Perdulário para subsistir, não mais produz. Celebra-se e organiza sua celebração. Reúne-se para eleger presidentes. Os parasitas da ciência formigam sobre a invenção. Então, se resta uma esperança, é que a ciência produtora e viva se coloque fora da ciência...No interior desse coletivo ordinário, e não excepcional, a tomada de poder, a corrida às honrarias, a concorrência, a sujeição dos mais fracos e a exclusão dos marginais são condições ordinárias que não distinguem os cientistas dos outros homens, exceto por serem, às vezes, mais refinados, mais astutos, mais cruéis. Não é por serem bichos que estas pessoas são anjos. Mas acontece de serem assim para encobrir suas paixões banais pelas razões teóricas sublimes: é o lado padre ou pastor que elas possuem... A crise da ciência é uma crise de fechamento, e esta última uma crise sacrificial"

Michel Serres - Hermes, uma filosofia das ciências. Ed. Graal

Saudações da pARTE do Hélio Rôla

Fortaleza é nossa debilidade
O que fazer?

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