segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Eu acredito é na rapaziada?
"No passado, as guerras e lutas eram claras, declaradas, juridicamente notórias, opunham entre si nações e classes definidas e distintas. Conceitos de direito e da política, esses conflitos terminavam pro meio de armistícios e tratados, textos também redigidos em termo de direito. Que novo conceito permitirá pensar a oposição dessas invisibilidades, o punho do terrorismo e a mão do mercado, nesse momento de não direito?...Sob as baixas latirudes encontram-se os imortais, que não cessa de sorver o néctar da ambrosia. Essa evidência não pode deixar de lado as chamadas democracias; escudando-se numa publicidade mentirosa, na qual ninguém mais crê, elas ainda podem glorificar a mais feroz e desigual das aristocracias corporais, a mais implacável do que todas as outras?" Michel Serres O Incandescente & Hominescências
Iracema /Chega de saudades HeRo 08
"Quem foi o primeiro a delimitar um nicho e dizer: este me pertence. Todos o seres vivos e há milhões de anos. Para sua defesa, a continuidade desse gesto pressiona arcaicamente a co-evolução. Por muito tempo fomos, e ainda frequentemente continuamos a ser, animais políticos, os Agamenons, os Ajax, os Aquiles, pequenos chefes despóticos rodeados de guerreiros, vizinhos da genealogia de animais, que babavam de inveja quando o sabre era desembainhado. Não foi facilmente que saímos da animalidade. Ainda que nada saibamos sobre isso, tudo começou muito antes da guerra de Tróia, sem dúvida desde nossa própria emergência no Oeste africano, e durou até a explosão de Hiroshima" Michel Serres Hominescências
Cultura ma non troppo/Arte inflada
Cultura? Claro que quero!
Só que não quero é ela
além da conta e sem jeito
atravessando parede
estourando ouvidos
descendo goela abaixo
ou de olhos adentro
nem se espalhando corpo afora
sem que eu
nada mais possa fazer
senão arte
para me livrar dela
Cultura morta de som
morta a som
ou som morta?
Picho, logo pinto?
A cor do crime/aquarela do jornal
Há 23 anos atrás, em 1985, fiz uma série de desenhos aquarelados sobre a página policial do jornal O Povo , que chamei de "a cor do crime". Parte dela foi enviada, via correio, para a redação do jornal que chegou mesmo a fazer uma mostra na Fundação Demócrito Rocha, se não me engano em 85. Os poucos exemplares que me restavam ( 3 ou 4?) foram doados, à pedido, para o acervo de obras de arte do MAC Ce, quando ainda da gestão do Sr Ricardo Resende que considerou os trabalhos como artisticamente relevantes. A Cor do Crime eu iniciei em BH, em 85, quando lá estive como pesquisador visitante na UFMG, desenhando, nas horas vagas, sobre a página do crime do Jornal O Estado de Minas que tinha o mesmo layout visual que o jornal O Povo da época...Lá surgiu A Cor do Crimineiro e aqui a decorrência foi A Cor do Crime, somente.
Bom, para dar um tom de museu e de arte ao que desenhei sobre as páginas do jornal fiz essa montagem, a imagem é de 85 e o som é do Pixinguinha. Espero que apreciem o Rolanet do dia.
Arte, pra que te quero?
Caça animal, bonde da história?
" O que diferencia Alexandre, César, Bonaparte, Stalin, Pol Pot e Hitler? Certamente, todos eles possuíam uma alma fraca. Homens ilustres, chefes aclamados: matadores. Heróis: assassinos ou vítimas. Modelos famosos e mortuários. Conduzida por esses açougueiros para abatedores semelhantes, essa história se reproduz a nosso redor, mas agora começamos a nos indignar com ela. Mal acabamos de sair de uma história pontuada pela explosão de personagens repugnantes ( do verbo pugnare, combater), comandantes que deixaram grandes rastros de sangue, patrões que foram sustentados por rios de suor...o poder que antigamente estava enraizado na morte tem agora o projeto de se enraizar novamente na vida? Podemos aliviá-la, prolongá-la, reproduzi-la? Acabamos de adquirir o direito de vida e paz?" Michel Serres Hominescências
Ampliando nossa visão
"...as relações infantis do tipo dominador/dominado tendem a nos empurrar para a negação dos fatos e a insensibilidade a fim de escaparmos da nossa dor ou daquela que causamos a outros. Isso nos prende a hábitos dolorosos e desajustados. E nossa cultura, em grande parte, tem o mesmo efeito.
Álcool, bares barulhentos, anúncios frenéticos na televisão e entretenimento tipo "ação" são todos dessensibilizantes, tornando mais difícil o contato com nossos próprios sentimentos" Riane Eisler O Poder da Parceria Palas Athena
Saudações da pARTE do Hélio Rôla
O reveillon do diabo
El despertar del diablo
O clamor do Réveillon
"O audível mantém território por sua ampla capacidade, o poder pertence a quem possui sino ou sirene, na rede dos emissores de som...Não sabemos, inteiramente, até que ponto amedrontamos o mundo, nem a que tocas escuras nós o levamos a fugir. Os tigres vagueiam pela selva, as águias refugiam-se nas escarpas, as raposas nas furnas e os sábios em certas ilhas, de medo desse ruído. Espécies ameaçadas que hoje morrem porque aprendemos a difundi-lo melhor" Michel Serres Os Cinco Sentidos pg 105
PS com tanta bomba explodindo por 15 minutos no Reveillon imagino o estresse sonoro sofrido pelos golfinhos e outras vidas marinhas que enfeitam com simpatia os mares da Praia de Iracema. Já pensou nisso?
Saludos HeRo
Fortaleza é nossa debilidade
Promova o silêncio
Iracema/Hiroshima
Reveillon
A boemia morreu?
Você viu como ficou Iracema
depois de tanta bomba?
Esquecemos Nagasaqui
mas, quem pode esquecer
Hiroshima?
Hiroshima Iracema
Iracema Hiroshima
Iracema mon amour
Iracema
Um negócio da China?
Quem sabe?
Guns and Roses?
Brega & Chique?
THE POLICE?
The Who?
Who's Bad?
RATOS DO PORÃO
Saludos HeRo
PS Pergunta pro Ruy Lima: dizem que no dia em que explodiram Hiroshima os americanos fizeram a maior festa no seu cassino ( velho Estoril) na piscininha ou na ponte dos ingleses?
Fortaleza é nossa debilidade
A cultura aturde
Promova o silêncio
O silêncio, um bem comum,
promove a sensibilidade
e daí surje a cidadania
Será?
Banco de Imagens: http://www.picasaweb.google.com/herola